A Uniswap, uma das maiores DEX do mercado de criptomoedas, anunciou nesta sexta, 28, uma integração com o Pix, o sistema de pagamentos do Banco Central do Brasil, e vai permitir a conversão de criptomoedas diretamente em reais pela plataforma. A solução também vai permitir a compra de criptomoedas com fiat.

A integração com o Pix se deu por meio da Transak, uma empresa especializada em soluções on-off ramp. Em julho de 2024, as duas companhias já haviam colaborado para simplificar a compra de criptomoedas via Apple Pay, Google Pay e cartões de crédito dentro da carteira digital.

“Agora avançamos em oferecer uma solução completa que abrange tanto a entrada quanto a saída de recursos no universo das finanças descentralizadas (DeFi)”, disse o comunicado.

A Transak também implementou a integração do Metamask para conversão de criptoativos em dinheiro, abrangendo também o Brasil através do sistema Pix. O CEO da Transak, Sami Start, destacou a importância dessa evolução. Quem também usa os serviços da Transak para integração com o Pix é a Trust Wallet, carteira on-chain da Binance.

 “Acreditamos que a verdadeira acessibilidade ao DeFi vai além da compra de criptomoedas — inclui a capacidade de sacar facilmente também”. Essa perspectiva visa proporcionar uma experiência completa e simplificada para os usuários, eliminando a necessidade de múltiplas plataformas para conversão de ativos digitais.

Com presença em 169 países, a rampa de saída da Transak amplia a missão da Uniswap de tornar as finanças descentralizadas mais acessíveis globalmente. O Protocolo Uniswap já processou impressionantes US$ 2,75 trilhões em volume ao longo de sua existência. A integração com o Pix reflete a crescente demanda por ferramentas que conectem o universo cripto às finanças tradicionais de maneira eficiente e segura.

Tanto a Uniswap quanto a Transak enfatizam a conformidade regulatória e a adaptação local como prioridades. A nova funcionalidade está disponível globalmente, exceto em jurisdições com restrições regulatórias específicas. No Brasil, a adoção do Pix como método de pagamento reforça o compromisso das empresas em oferecer soluções alinhadas às necessidades e particularidades do mercado local.

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Criptomoedas no Brasil

Nesta semana, o BC, apontou para uma queda de 14,6% nas importações de criptoativos em janeiro em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo o momento de incerteza enfrentado pelo mercado no início de 2025.

No mês passado, as despesas com importações de criptoativos totalizaram US$ 1,363 bilhão, ante US$ 1,596 bilhão em janeiro de 2024. As receitas atingiram US$ 77 milhões, superando os US$ 68 milhões do ano anterior. Com isso, os criptoativos fecharam o primeiro mês de 2025 com um déficit de US$ 1,286 bilhão.

A queda registrada em janeiro pode sinalizar uma reversão de tendência, após o recorde de US$ 18,2 bilhões em importações consolidado ao longo de 2024. O montante equivale a 20% do total de US$ 87,2 bilhões que deixaram o país por vias financeiras no ano passado.

Este foi o pior resultado da série histórica desde o início da divulgação oficial dos dados pelo BC em 2008, consolidando um déficit cambial de US$ 18 bilhões. Caso a tendência se confirme, a retração nas importações de criptoativos pode aliviar as contas externas do país.

A redução nas importações de criptoativos no Brasil em janeiro ocorreu paralelamente a uma queda de 21% no volume negociado nas principais exchanges centralizadas globais.

Dados do The Block indicam que o mercado de criptomoedas movimentou US$ 2,32 trilhões em janeiro, ante US$ 2,94 trilhões em dezembro de 2024.