O Banco Central do Brasil revelou ao Cointelegraph que a segunda fase do Drex já está em andamento e que ela será divida em 4 etapas, sendo que a primeira dela já foi concluída pelas instituições participantes.
A segunda fase do Drex, que já está em andamento, envolve a realização de 13 casos de uso, selecionados pelo BC entre as propostas apresentadas pelas empresas que integraram a fase 1 da CBDC nacional. Recentemente o BC destacou que não irá receber mais propostas para testes na segunda fase do Drex e que vai concentrar os esforços nos casos já em andamento, que são:
- Cessão de recebível: ABC e Inter
- Crédito colateralizado em CDB: BB, Bradesco e Itaú
- Crédito colateralizado em títulos públicos: ABBC, ABC e MB
- Financiamento de operações de comércio internacional (Trade Finance): Inter
- Otimização do mercado de câmbio: XP-Visa e NuBank
- Piscina de liquidez para negociação de títulos públicos: ABC, Inter e MB
- Transações com Cédulas de Crédito Bancário: ABBC
- Transações com ativos do agronegócio (CVM): TecBan, MB e XP-Visa
- Transações com ativos em redes públicas: MB
- Transações com automóveis: B3, BV e Santander
- Transações com créditos e descarbonização – CBIO: Santander
- Transações com debêntures (CVM): B3, BTG e Santander
- Transações com imóveis: BB, Caixa e SFCoop
Segundo informou o BC ao Cointelegraph, a execução dessa segunda fase pressupõe 4 estágios de trabalho:
- i) a ideação do mercado em discussão em um ambiente descentralizado, com desenho e padronização de fluxos de negócio e estruturas de dados;
- ii) o desenvolvimento dos sistemas necessários à implementação das ideias discutidas;
- iii) o teste dos casos; e
- iv) elaboração de relatório.
“As discussões do estágio inicial se iniciaram no ano passado e foram concluídas ao final de fevereiro. Os testes das soluções ainda não se iniciaram, mas a evolução dos casos de uso está em concordância com o cronograma estabelecido para a fase 2”, disse o BC.
Deste modo, segundo o BC, a segunda fase do Piloto Drex concluiu seu estágio de desenho e padronização de fluxos de negócio e passou ao estágio de desenvolvimento de software, sendo que todas as empresas integrantes das 13 propostas de testes, concluíram seu estágio de desenho e padronização de fluxos de negócio.
No entanto, embora o cronograma esteja ’em dia’, o BC ressaltou que ainda não há qualquer prazo para a realização de testes com a população.
“Avançar com a iniciativa de modo a promover testes junto à população depende da maturação da infraestrutura do Piloto Drex, aí incluídas as soluções de privacidade, e dos modelos de negócio, os quais estão em discussão na fase atual”, afirmou o BC.
CVM e ANBIMA na fase 2
Sobre os avanços dos testes com a CBDC, Fabio Araújo, coordenador do Drex no BC, destacou que o projeto passará por uma revisão profunda e uma “pausa estratégica” no primeiro semestre. Além disso, segundo ele, para ajudar nos testes e ampliar o escopo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a ANBIMA estudam criar um sistema paralelo ao da CBDC (como se fosse uma layer 2), mas a integração entre plataformas ainda é incerta.
Araújo também revelou que participantes do piloto podem propor soluções inovadoras até junho. Um consórcio de cooperativas, incluindo Sicred e Sicoob, já sugeriu um modelo alternativo.
Precisamos de abordagens que funcionem em ambiente descentralizado, não apenas replicar o tradicional”, enfatizou.
O executivo do BC também destacou que pesquisas com XRP, Polkadot e Universidade Federal do Rio de Janeiro, no âmbito do Lift Learning da Fenasbac, avançam em soluções para conectar blockchains e que isso posiciona o Brasil no debate global sobre padrões técnicos de blockchain.
Segundo ele, a Fase 2 terá um check point em junho para avaliar progressos e definir prazos realistas, com uma pausa após a conclusão dos testes da fase 2. Ele também apontou que embora o BC afirme que todos os projetos atuais estão “bem encaminhados”, não há garantias de cumprimento de prazos.
“A prioridade é qualidade, não velocidade”, resumiu Araújo.
Leave a Comment