Criado como uma resposta à crise de 2008, o bitcoin nasceu como um projeto de dinheiro digital feito para funcionar sem intermediários. Ou seja: não é produzido por um governo (como todas as moedas de fato), nem precisa do sistema bancário para circular (também como todas as moedas de fato).
Neste novo episódio da série Cripto InvestNews, o jornalista Dony de Nuccio explica como o bitcoin desafiou governos e se tornou um ativo com valor de mercado que chega a US$ 2 trilhões – o equivalente a todos os reais da nossa economia e mais do que toda a prata que há mundo (US$ 1,75 tri), por exemplo.
A primeira rede de blockchain da história é justamente a do bitcoin. Trata-se de um sistema seguro e descentralizado – que substitui Bancos Centrais no momento da emissão (no caso do bitcoin, “mineração”); e os bancos normais na hora de administrar a circulação.
Ele também tem estabelecido, no momento de sua criação, um suprimento máximo de 21 milhões de unidades – a serem mineradas até o século 22. A maior parte já foi “desenterrada”. Há 19,8 milhões de bitcoins em circulação.
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Essa escassez foi planejada para que o bitcoin emulasse o ouro – ativo cujo valor advém de sua raridade. De nada adiantaria a escassez se não houvesse demanda – há metais bem mais raros que o ouro, mas que não despertam interesse algum.
Mas a demanda veio. O bitcoin solidificou-se num nicho que desconfiava da capacidade dos Bancos Centrais em gerir a moeda. Quando BCs emitem dinheiro demais, eles criam inflção – e a moeda vai perdendo valor. O bitcoin não tem esse problema, pois jamais haverá mais de 21 milhões de unidades em circulação. A questão que fica é se a cripto se consolidará de fato como reserva de valor – sendo adotada por Bancos Centrais para, por exemplo, servir de lastro para a moeda comum, a fiduciária. Por hora, isso é uma incógnita.
Enquanto a questão não se resolve, de qualquer forma, a demanda cresce, fazendo a cotação subir – o que retroalimenta a procura pela cripto. Nos últimos dois anos, ela soma 450% de alta. Bastante – mas não extraterrestre: é o mesmo patamar de alta que as ações da Nvidia apresentaram no mesmo intervalo.
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