Tudo sobre Inteligência Artificial
Os robôs já são nossos aliados silenciosos em indústrias e hospitais, realizando inspeções de segurança e controle de qualidade, por exemplo. Mas a próxima grande revolução da robótica está no radar: humanoides capazes de realizar tarefas complexas para entrarem de vez em nossas vidas. Uma transformação não apenas tecnológica, mas cultural, ao redesenhar o papel da IA no cotidiano.
No Consumer Electronics Show (CES) deste ano, especialistas destacaram que robôs estão prestes a deixar o ambiente industrial para assumir funções em serviços essenciais. É o que abordou uma matéria da AFP.
A crescente demanda no setor de saúde é um dos principais impulsionadores dessa mudança. Marc Theermann, da Boston Dynamics, prevê que a presença de robôs em espaços públicos, como parques e universidades, será um passo natural.
Essa perspectiva é reforçada por Cris Gardner, da AARP, que acredita no papel indispensável dos robôs no cotidiano. Para ela, humanoides multifuncionais irão assumir tarefas domésticas e oferecer apoio emocional. Assim como os carros, esses robôs serão presença comum nos lares. A união entre tecnologia avançada e demandas humanas está criando uma era onde os robôs se tornam parceiros essenciais na vida e no trabalho.
O impacto dos robôs no trabalho e na vida cotidiana
Previsões sobre um futuro dominado por robôs sempre estiveram presentes no imaginário coletivo. No entanto, avanços recentes em inteligência artificial generativa tornaram mais viáveis cenários com robôs humanoides integrados ao dia a dia. Especialistas alertam que a relevância dessa transformação ainda não é amplamente reconhecida.
Estudos sugerem que os robôs podem trazer uma nova era de eficiência e redução de custos, permitindo que as pessoas se concentrem em atividades mais criativas e significativas. Apesar disso, diversos setores, como manufatura, cuidados com idosos, agricultura, educação e áreas médicas, enfrentam o risco de perdas expressivas de postos de trabalho devido à automação.
O rápido avanço da tecnologia, combinado com a escassez de debates públicos sobre seus impactos, aponta para possíveis mudanças profundas na sociedade. Conflitos relacionados à automação já se manifestam em negociações trabalhistas, com acordos que buscam equilibrar a introdução de tecnologias semiautônomas e a preservação de empregos.
Revolução robótica redefine a vida moderna
Na CES, empresas argumentaram que robôs estão sendo desenvolvidos para assumir tarefas perigosas, exaustivas ou pouco atrativas para trabalhadores humanos. Em setores como transporte e manufatura, a automação já estaria reduzindo o desgaste físico e o risco associado a trabalhos exigentes, ao mesmo tempo em que mantém a produtividade.
A utilização de robôs em tarefas industriais seria um exemplo positivo dessa evolução. De acordo com San Wong, fundador e presidente-executivo da empresa R2C2, máquinas já realizam inspeções em locais perigosos e assumem trabalhos com altos índices de rotatividade, como manutenção de trens e acabamento de veículos especializados. Em alguns casos, trabalhadores foram realocados para funções mais seguras.
No setor agrícola, veículos autônomos ajudam a preencher lacunas causadas pela escassez de trabalhadores, permitindo que agricultores se concentrem em tarefas mais estratégicas. É o que trouxe Deanna Kovar, presidente da divisão mundial de agricultura e gramados da Deere, que também esteve na CES. Essa transição, diz ela, reflete a necessidade de capacitar tanto trabalhadores quanto consumidores para que vejam a automação como uma ferramenta de crescimento, e não como uma ameaça.
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Em paralelo, na avaliação de Cris Gardner, da AARP, o envelhecimento populacional exige soluções robóticas para atender à crescente demanda por cuidados e garantir maior independência a idosos, tornando a automação um pilar crucial do futuro econômico e social.
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