Chatbot de empresa chinesa terá de explicar quais informações pessoais são coletadas, de quais fontes e com qual propósito
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A Autoridade Italiana de Proteção de Dados (GPDP, na sigla em italiano) notificou a controladora do Deepseek solicitando esclarecimentos sobre como a plataforma garante a privacidade das informações dos usuários. Na avaliação da GPDP, “os dados de milhões de italianos estão em risco”.
Tanto a Hangzhou DeepSeek Artificial Intelligence quanto a Beijing DeepSeek Artificial Intelligence terão de explicar quais dados pessoais são coletados, de quais fontes e com qual propósito. Isso inclui informações usadas para o treinamento do chatbot, que tem servidores na China. As empresas têm 20 dias para responder.
O pedido também tem o apoio da Euroconsumers, uma coalizão de grupos de consumidores na Europa, que diz ter descoberto que o “processamento de dados do DeepSeek é contrário ao Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia”.
Em uma publicação no LinkedIn, a entidade pede a restrição temporária ao processamento de dados pessoais de usuários italianos pelo chatbot, e explica que as principais preocupações incluem:
- Dados pessoais de usuários europeus transferidos para a China sem as devidas salvaguardas (por exemplo, SCCs ou BCRs) – a lei chinesa permite acesso estatal aos dados sem garantias de transparência ou proporcionalidade.
- A política de privacidade publicada no site oficial revela várias violações dos regulamentos de proteção de dados europeus e nacionais.
- Informações incompletas: detalhes insuficientes sobre retenção de dados, direitos do usuário e categorias de dados.
- Criação de perfil: não está claro se os dados são usados para criação de perfil ou decisões automatizadas.
- Direitos dos titulares dos dados: procedimentos ambíguos para exercer direitos.
- Menores: não há detalhes sobre verificação de idade ou tratamento de dados de menores.
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O que diz a política de privacidade do DeepSeek?
De acordo com o manual, as informações coletadas pelo chatbot são armazenadas no país de origem da plataforma em “servidores seguros”. Ao transferir os dados para a China, a empresa o faz “de acordo com os requisitos das leis de proteção de dados aplicáveis”.
A empresa afirma que o usuário “pode ter certos direitos com relação às suas informações pessoais, como o direito de saber como coletamos e usamos suas informações pessoais”. Mas pondera que o “exercício de certos direitos pode afetar sua capacidade de usar alguns ou todos os recursos e funcionalidades do DeepSeek Services”.
A política de privacidade explica, ainda, que o armazenamento das informações dura “pelo tempo necessário para fornecer nossos recursos”. “Também retemos informações quando temos um interesse comercial legítimo para fazê-lo, como melhorar e desenvolver nossos serviços e aumentar sua segurança, proteção e estabilidade.”
Colaboração para o Olhar Digital
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero
Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.
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