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A Meta divulgou, nesta quarta-feira (29), resultados do quarto trimestre de 2024 acima das expectativas de Wall Street, mas alertou que a receita do primeiro trimestre de 2025 pode não atingir as previsões dos analistas, gerando sinais contraditórios sobre o impacto dos altos investimentos em inteligência artificial (IA).
A empresa controladora de Facebook e Instagram espera receita entre US$ 39,5 bilhões (R$ 231,43 bilhões, na conversão direta) e US$ 41,8 bilhões (R$ 244,9 bilhões) para o primeiro trimestre, abaixo da estimativa média de US$ 41,72 bilhões compilada pela LSEG, segundo a Reuters.
As ações da Meta permaneceram estáveis após o fechamento do mercado, mas subiram quando o CEO Mark Zuckerberg demonstrou otimismo sobre as iniciativas de IA da empresa.
Ele reforçou a crença de que a adoção de padrões de código aberto é estratégica para a companhia, especialmente após o lançamento da IA DeepSeek pela China, que afetou os mercados globais. “Haverá um padrão de código aberto globalmente“, afirmou Zuckerberg, em conferência. “É importante que seja um padrão estadunidense.”
- A previsão de receita levantou novas dúvidas sobre os investimentos da Meta;
- A empresa depende de sua receita publicitária para financiar suas ambições em IA e tecnologias do metaverso, como óculos inteligentes e realidade aumentada (RA);
- Na semana passada, Zuckerberg anunciou planos para investimento de até US$ 65 bilhões (R$ 380,83 bilhões) em infraestrutura de IA em 2025, além do aumento na contratação de profissionais da área;
- Nesta quarta-feira (29), a Meta informou que espera que seus gastos totais em 2025 fiquem entre US$ 114 bilhões (R$ 667,92 bilhões) e US$ 119 bilhões (R$ 697,22 bilhões), acima dos US$ 95 bilhões (R$ 556,6 bilhões) registrados em 2024.
“Os resultados fortes da Meta no quarto trimestre mostram que a receita publicitária ainda é essencial para a empresa. No entanto, a grande questão para 2025 é se o investimento bilionário em infraestrutura de IA de Zuckerberg trará retorno“, afirmou Jeremy Goldman, analista principal da eMarketer, à Reuters.
O número de usuários ativos diários nas plataformas da Meta cresceu cerca de 5% em relação ao ano anterior, atingindo 3,35 bilhões.
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Efeito DeepSeek
Os resultados da Meta vieram logo após o lançamento dos novos modelos de IA da DeepSeek, startup chinesa que provocou queda nas ações de tecnologia globais.
A DeepSeek afirma que seus modelos são capazes de igualar ou superar os principais concorrentes estadunidenses, incluindo os modelos Llama, da Meta, a custo significativamente menor, desafiando a ideia de que a IA exige vastos recursos computacionais. O Olhar Digital testou a IA chinesa. Saiba tudo aqui.
Zuckerberg disse ser cedo para avaliar o impacto da DeepSeek nos investimentos da Meta, mas reconheceu que sua equipe está estudando a tecnologia. “Eles fizeram avanços que esperamos implementar em nossos sistemas“, afirmou.
O avanço da DeepSeek pode intensificar as preocupações de investidores sobre os altos gastos da Meta com IA, embora também possa beneficiar a empresa se ajudar a reduzir os custos da tecnologia.
A Meta, um dos principais compradores dos cobiçados chips de IA da Nvidia, planeja encerrar o ano com mais de 1,3 milhão de unidades de processamento gráfico (GPUs, na sigla em inglês) e colocar em operação cerca de 1 gigawatt de potência computacional, segundo Zuckerberg, em postagem no Facebook, sobre os planos financeiros de 2025.
Este mês, Zuckerberg também anunciou que a Meta demitirá 5% dos seus “funcionários com pior desempenho” e alertou sobre novos cortes para aumentar a eficiência.
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