A World, empresa de identificação biométrica cofundada pelo CEO da OpenAI, Sam Altman, anunciou a interrupção temporária de seus serviços no Brasil após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) negar um recurso administrativo e manter a suspensão da oferta de compensação financeira pela coleta de dados biométricos no país.
A decisão da ANPD, publicada nesta terça-feira (11) no Diário Oficial da União, reforça a proibição do pagamento em criptomoeda (Worldcoin, ou WLD) ou qualquer outra forma de compensação para usuários que realizem a verificação de identidade por meio da leitura da íris. Além disso, a agência reguladora indeferiu o pedido da World para estender o prazo de cumprimento da suspensão por mais 45 dias, determinando sua aplicação imediata.
A World deve comprovar a interrupção da oferta de benefícios em até 10 dias úteis, mediante declaração formal de um representante da empresa. A ANPD destacou que a suspensão permanecerá até que uma solução técnica adequada seja implementada para garantir a conformidade com as normas brasileiras de proteção de dados.
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Resposta da World
Diante da decisão, a World anunciou a pausa voluntária e temporária de seu serviço de verificação no Brasil. Em comunicado, a empresa afirmou respeitar a determinação da ANPD e que precisará de tempo para garantir conformidade com as exigências regulatórias.
“Para permitir que a World conclua as mudanças em coordenação com a ANPD e garanta conformidade durante esse processo, estamos voluntariamente e temporariamente pausando o serviço de verificações”, declarou a empresa. Apesar da suspensão, os espaços físicos da World permanecerão abertos para fornecer informações ao público.
O que é a World?
Anteriormente conhecida como Worldcoin, a World é uma startup que busca criar um sistema global de verificação de identidade baseado na leitura biométrica da íris. Seu objetivo é diferenciar humanos de inteligências artificiais (IA) e oferecer um modelo de identidade digital descentralizada.
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O projeto, cofundado por Altman e liderado pelo CEO Alex Blania, ganhou notoriedade ao utilizar um dispositivo chamado Orb, que escaneia os olhos das pessoas para gerar um identificador único. A empresa defende que essa tecnologia é fundamental para evitar fraudes e falsificações digitais, especialmente diante da crescente sofisticação das deepfakes de IA.
Além da identificação, a World vinha oferecendo incentivos financeiros para usuários que realizassem a verificação biométrica, distribuindo a criptomoeda Worldcoin (WLD). Esse modelo de negócio foi um dos principais pontos de contestação da ANPD, que levantou preocupações sobre a proteção de dados e possíveis riscos aos usuários brasileiros.
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