Com alta de 120% em 2024, o bitcoin (BTC) foi pelo segundo ano seguido o melhor investimento do país. Cada vez mais grandes empresas e até governos estão interessados em ter a maior criptomoeda do mundo, enquanto o acesso para o investidor pessoa física nunca foi tão fácil.

E se até poucos anos os bancos eram os “grandes inimigos” do bitcoin, hoje cada vez mais as próprias instituições financeiras estão oferecendo a opção de negociar criptomoedas. Atualmente, três grandes bancos no Brasil oferecem a opção de compra e venda de bitcoin e outras criptos: Nubank, Itaú Unibanco e BTG Pactual.

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Exchanges como Binance, Mercado Bitcoin, Foxbit e Coinbase estão entre as mais usadas do país, cada uma com uma variedade diferente de criptomoedas e taxas diferentes que o investidor precisa avaliar antes de operar.

Além disso, é possível comprar e vender bitcoin de forma direta com outros investidores, por meio de endereços de carteiras pessoais, um modelo um pouco mais complexo e usado por quem já tem mais experiência no mercado. E, mais recentemente, passou a ser possível se expor aos ativos digitais por meio de fundos de investimento, ainda que o cliente não tenha nenhum acesso direto às criptomoedas.

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Para que serve o bitcoin?

Criado para ser um meio de pagamento alternativo, sem interferência do governo e dos bancos, o bitcoin logo se tornou também não só um ativo para especulação, mas também de reserva de valor, dado seu potencial de crescimento diante do modelo de escassez proposto.

Pagamentos e transferências: O bitcoin funciona como uma moeda virtual, podendo ser usada para compras de produtos tanto online quanto em lojas físicas, assim como pagamentos de contas. Apesar de diversas soluções já existirem, como cartões de débito e crédito de bitcoin, seu uso globalmente ainda não é tão difundido. Mas segue crescendo.

Reserva de valor: Devido à sua oferta limitada, muitos investidores usam o bitcoin como uma reserva de valor. Por isso, entre os adeptos a criptomoeda ficou conhecida como uma espécie de “ouro digital”. Muitos analistas acreditam que o bitcoin irá se valorizar ao longo do tempo já que é escasso e tem uma demanda crescente. O valor da criptomoeda, na prática, apoia-se nessa demanda crescente, que, por sua vez, alimenta-se da ideia de escassez e da própria valorização acelerada dos últimos anos. É diferente de uma moeda fiduciária que tem o “aval” de um banco central e de um governo.

Investimento: Apesar de sua volatilidade ter diminuído ao longo dos anos, o bitcoin ainda apresenta grande variação de preço em curtos espaços de tempo, o que torna a moeda digital atrativa para pessoas que querem especular e realizar investimentos em busca de altos retornos. Mas isso significa também que os investidores estão expostos a grandes perdas.

Vale lembrar que o bitcoin pode ser comparado a um ativo de renda variável, mas com risco ainda maior do que o das ações, por exemplo. Mesmo que esteja se tornando cada vez mais parte importante na composição de uma carteira, o investidor precisa avaliar o quanto ele está disposto a correr de risco. Por isso, a melhor estratégia é ter a criptomoeda em doses bem reduzidas dentro de seu portfólio.


Como definir o preço do bitcoin?

O bitcoin foi criado para não ter nenhuma interferência de governos ou outras pessoas e, por isso, seu preço basicamente é definido pela lei da oferta e demanda. Claro que atualmente esse cenário é um pouco mais complexo, mas em geral, dada que a oferta de bitcoins tem um limite definido, ele é um ativo escasso e quanto mais pessoas se interessarem por ele e compram, mais ele sobe de preço.

Mas porque o bitcoin vale tanto? Diferente de ações, onde existem fórmulas que usam fluxo de caixa e outros conceitos para projetar o valor justo de um ativo, com o bitcoin não existe uma métrica do tipo. Por conta disso, o mais comum é analistas usarem análise técnica para tentar avaliar, pelos gráficos, o futuro do preço da criptomoeda.

A verdade é que não há como garantir nada sobre o preço do bitcoin e muitas avaliações são feitas com projeções de aumento de demanda ou comparação com outros ativos, como o ouro, por exemplo.

O que sustenta a valorização do bitcoin? Para se ter uma ideia, o lançamento dos ETFs de bitcoin em 2024 fez com que muitos investidores institucionais entrassem nesse mercado, o que elevou fortemente a demanda.

Já promessas de Donald Trump de ser mais favorável ao setor faz com que as pessoas entendam que será mais fácil usar bitcoin nos EUA (mais um aumento de demanda), o que fez o BTC atingir US$ 100 mil. São esses tipos de eventos que sustentam as valorizações da criptomoeda.

Vai ser bastante comum ler e ouvir que o bitcoin irá valer US$ 200 mil em 2025, ou então mais de US$ 1 milhão em alguns anos, mas tudo isso é baseado principalmente em uma análise da demanda pelo bitcoin.

O bitcoin pode perder todo o valor algum dia? Por outro lado, o fato de não ter nenhuma instituição por trás do bitcoin também faz com que, em uma crise, o pânico leve a uma venda generalizada e possa derrubar o preço da criptomoeda, sem nenhum tipo de mecanismo para evitar isso.

Ir para zero, porém, já é outra questão. Mesmo ainda sendo um ativo jovem perto de outros produtos do mercado financeiro, o BTC já passou por diversos testes de estresse e quedas acentuadas, mas nunca caiu para zero. Além disso, hoje existe uma base mais sólida de investidores que, em caso de uma queda forte iriam comprar mais, sustentando o preço.


Outras criptomoedas

Tão logo o bitcoin surgiu, outras criptomoedas começaram a ser criadas com propostas e funcionalidades diferentes. A principal delas é o ethereum (ETH), focada em ajudar desenvolvedores a criarem projetos dentro de sua plataforma por meio de smart contracts (contratos inteligentes, na tradução para o português).

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Esses contratos inteligentes são programas de computador que executam certas regras de forma automática assim que determinadas condições são atingidas sem a necessidade de um intermediário. Hoje o ethereum é a segunda maior cripto do mundo, com um valor total de mercado de mais de US$ 400 bilhões.

Com o passar dos anos, outras criptos foram aparecendo e criando um mercado dividido em diferentes categorias, desde soluções como finanças descentralizadas (DeFi) e inteligência artificial até as memecoins, ativos que surgem como uma brincadeira, sem fundamento ou proposta para solucionar problemas, mas que alguns hoje valem mais de US$ 60 bilhões, como a Dogecoin.

Portanto, dentro do mercado de criptomoedas hoje, que tem uma capitalização de mais de US$ 3,5 trilhões, já é possível diversificar. Porém, esses são ativos com um alto nível de risco e grande volatilidade, sendo o bitcoin o mais antigo e valioso deles, considerado a principal criptomoeda do mercado.

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