O aparente sucesso do chatbot chinês DeepSeek abre caminho para que países emergentes possam competir no mercado de inteligência artificial. A avaliação é da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, que foi entrevistada pela CNN.

“Há um debate de que o volume de investimentos necessário para competir em IA seria inalcançável para emergentes. A DeepSeek conseguiu, com menos recurso, ter a mesma resposta que ChatGPT e outras. Isso reforça a viabilidade do que planejamos”, afirmou.

Nos bastidores, alas do governo compartilham da visão de que a nova plataforma pode servir de inspiração para agentes nacionais. “A gente quer desenvolver nossos próprios modelos. Mas é óbvio que a gente bebe na fonte daquilo que é mais avançado, até para ter agilidade no desenvolvimento”, declarou a ministra.

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Ministra acredita que DeepSeek vai impulsionar IA no Brasil (Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Além disso, Luciana Santos acredita que o país tem vantagens competitivas em relação a outras nações para desenvolver o setor de IA, como abundância em energia limpa e água.

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IA está nos planos do governo brasileiro

Em agosto do ano passado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação apresentou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial com metas estabelecidas até 2028 para projetos de inovação empresarial e infraestrutura.

“Com investimento previsto de R$ 23 bilhões em quatro anos, o plano ambicioso visa transformar o país em referência mundial em inovação e eficiência no uso da inteligência artificial, especialmente no setor público”, diz o comunicado.

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Plano do Brasil para IA prevê investimentos de R$ 23 bilhões (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

O montante aproxima o Brasil de nações europeias que também têm financiado programas de desenvolvimento de IA. A Alemanha, por exemplo, anunciou investimentos de R$ 29 bilhões ao longo de sete anos. Já o Reino Unido vai oferecer R$ 18 bilhões para projetos concebidos pelos próximos 10 anos.

Uma das iniciativas prevê a criação de um supercomputador de alta performance, essencial para o processamento de grandes volumes de dados e de algoritmos avançados de IA. As ações serão coordenadas pelo Instituto de Inteligência Artificial do LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica).


“O plano busca desenvolver soluções em IA que melhorem significativamente a qualidade de vida da população, otimizando a entrega de serviços públicos e promovendo a inclusão social”, conclui.