Matt Hougan, diretor de investimentos da Bitwise, acredita que centenas de empresas comprarão Bitcoin. Em seu argumento, ele aponta para uma mudança na forma como é feita a contabilidade desses ativos digitais.
Em relação à própria Bitwise, a gestora administra mais de 40.800 bitcoins (R$ 23,9 bilhões) em seu ETF, o qual é o quinto maior do mercado.
“Veremos centenas de empresas comprarem bitcoin para seus cofres nos próximos 12 a 18 meses, e suas compras elevarão o mercado de bitcoin significativamente”, escreveu o executivo.
Bitwise projeta “megatendência” na demanda de Bitcoin por empresas
Segundo dados do Bitcoin Treasuries, hoje 73 empresas públicas e outras 19 privadas investem em Bitcoin. Somando, essas empresas detém mais de 1 milhão de bitcoins em seus caixas.
Como comparação, estima-se que Satoshi Nakamoto possua 1,1 milhão de bitcoins. Já os ETFs detém cerca de 1,3 milhões de moedas em nome de seus clientes, que também podem incluir grandes empresas.
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De todos os investidores institucionais, o destaque fica para a MicroStrategy, que após comprar mais 2.530 bitcoins nesta segunda-feira (13) já acumula 450.000 bitcoins. No entanto, a gestora Bitwise destaca que a empresa de Saylor é apenas a ponta do iceberg.
“Não é apenas a MicroStrategy; é uma verdadeira megatendência, grande o suficiente para inclinar o mercado de bitcoin significativamente para cima este ano.”
Um dos motivos apontados por Matt Hougan, CIO da Bitwise, é uma mudança na forma como esses bitcoins são tratados após a aprovação do ASU 2023–08.
Em suma, antes as quedas de preço desses bitcoins eram registrados na contabilidade dessas empresas, no entanto, desde o dia 15 de dezembro de 2024, os lucros também são contabilizados.
“Antes do início deste ano, o bitcoin era tratado sob o PCGA (Princípios Contábeis Geralmente Aceitos) como um “ativo intangível” sujeito a “testes de imparidade”. Isso significava que as empresas que compravam bitcoin tinham que marcar seu valor em seus livros no momento da compra e, depois, reduzir o valor se o preço caísse. Mas, se o preço subisse, elas não podiam ajustar o valor para cima”, comentou Hougan.
“Sei que parece loucura, mas é verdade. No entanto, sob o ASU 2023–08, isso muda.”
“Agora, se o preço do bitcoin subir, as empresas podem marcar o valor de mercado e registrar um lucro”, continuou Hougan. “Se 70 empresas estavam dispostas a adicionar bitcoin aos seus balanços quando, do ponto de vista contábil, ele literalmente só poderia cair, imagine quantas irão adicioná-lo aos seus balanços agora. Duzentas? Quinhentas? Mil?”
Esse movimento também está sendo observado fora dos EUA. Como exemplo, o Intesa Sanpaolo, maior banco da Itália, comprou 11 bitcoins nesta segunda-feira (13).
Outro ponto observado pela Bitwise é a escassez do Bitcoin. Isso porque enquanto a MicroStrategy comprou 257.000 bitcoins em 2024, apenas 219.829 moedas foram mineradas no mesmo período.
Ou seja, um indicativo de que a demanda é maior que a oferta, impulsionando o preço para cima.
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