Tudo sobre Inteligência Artificial
Se você acompanha assuntos do momento relacionados a tecnologia e economia, deve ter lido, visto e/ou ouvido o nome DeepSeek recentemente. O novo chatbot da empresa chinesa é o principal assunto do mundo da inteligência artificial (IA) atualmente. E impactou bastante o mercado de ações dos EUA entre segunda-feira (27) e esta terça-feira (28) – na casa do trilhão de dólares. Mas será que o chatbot é tudo isso?
Um dos principais chamarizes do assistente de IA da DeepSeek é ser tão bom quanto seus rivais estadunidenses – por exemplo: ChatGPT (OpenAI) e Claude (Anthropic) – e muito mais barato de custear. Para você ter ideia: a empresa diz ter usado US$ 6 milhões (aproximadamente R$ 35,5 milhões) para desenvolver o modelo DeepSeek R1. Recentemente, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou investimento de US$ 60 bilhões na IA da big tech.
Até que ponto esse chamariz se concretiza na prática? A BBC e o New York Times (NYT) testaram o chatbot da DeepSeek na segunda. Confira abaixo destaques das primeiras impressões:
Logo de cara, Zoe Kleinman, da BBC, descreveu o chatbot da DeepSeek da seguinte forma: “parece e se comporta como qualquer outro, embora tenda a ser excessivamente tagarela“. “As respostas são longas e o chatbot não expressa opiniões, por mais que se solicite uma.”
O relato de Zoe: “O DeepSeek é bem rápido em suas respostas, mas tem sofrido com excesso de perguntas de usuários desde que viralizou esta semana.”
No teste do NYT, o repórter Eli Tan fez “todas as perguntas que conseguiu pensar” para o chatbot da DeepSeek, para o ChatGPT e para o Claude. “Após uma brincadeira inicial, fiquei impressionado.”
O relato de Tan: “Ele foi capaz de resolver alguns problemas complexos de matemática, física e raciocínio que lhe dei duas vezes mais rápido que o ChatGPT da OpenAI. Quando perguntei sobre programação de computadores, os tipos de perguntas que um candidato pode enfrentar numa entrevista técnica, suas respostas foram tão profundas e rápidas quanto as de seus concorrentes.”
Além disso, o repórter destacou o seguinte: “Quando dei ao DeepSeek instruções que exigiam que ele buscasse informações na web, como escrever biografias de alguns dos meus colegas de trabalho, o DeepSeek parecia ter menos alucinações do que o ChatGPT (…).”
Leia mais:
Ponto fraco
Tanto o relato da BBC quanto do NYT destacaram um ponto fraco do chatbot da DeepSeek: censura sobre assuntos proibidos na China (ou delicados para o país).
“Às vezes, ele começa a dar uma resposta, que então desaparece da tela e é substituída por ‘vamos falar sobre outra coisa’”, escreve a repórter da BBC.
Ambos perguntaram sobre os protestos de 1989 na Praça da Paz Celestial – no qual militares mataram civis (200, segundo o governo chinês; entre centenas e milhares, segundo outras estimativas). Independente do número, fato é: trata-se de um marco sombrio e sangrento.
O relato de Zoe: ” (…) o DeepSeek não responde a nenhuma pergunta sobre isso, ou mesmo mais amplamente sobre o que aconteceu na China naquele dia”.
O relato de Tan: “Quando pedi para ele resumir o massacre (…), ele respondeu que a informação estava ‘fora do meu escopo atual’. ‘Vamos falar sobre outra coisa’, disse ele.”
Leave a Comment