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O Ministério Público Federal (MPF) denunciou a fintech 2GO Bank após receber um comunicado do Ministério da Defesa de Israel informando que a empresa custodia carteiras digitais utilizadas para movimentar criptomoedas com “fins de perpetração de crimes de terrorismo, conforme os critérios da lei israelense.”

De propriedade do policial civil Cyllas Salerno Elia Junior, o banco digital 2GO Bank é investigado por lavagem de dinheiro proveniente de operações do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Uma investigação em curso da Polícia Federal (PF) aponta que a fintech era utilizada pela organização criminosa para ocultação de capital, lavagem de dinheiro e transferência de valores para o exterior. Elia Junior foi preso na quinta-feira, 27 de fevereiro, sob a acusação de participar de um esquema ilegal que viabilizou a lavagem de R$ 6 bilhões em fundos ilícitos.

Além da prisão do policial civil, a Justiça determinou o bloqueio dos fundos de oito contas bancárias e a suspensão temporária das atividades da 2GO e da Invbank, outra fintech investigada por lavagem de dinheiro do PCC, de acordo com reportagem do UOL.

Investigação confirma uso de criptomoedas para financiamento do terrorismo

O comunicado do governo israelense identificava as carteiras digitais mantidas na plataforma da 2GO Bank vinculadas ao financiamento do terrorismo. Após receber uma notificação do MPF, o Banco Topázio, que prestava serviços financeiros para a 2GO Bank, passou a monitorar as transações das carteiras denunciadas por Israel.

A investigação concluiu que “havia uma relação entre os ativos virtuais adquiridos por clientes [da fintech] no exterior com recursos enviados por meio de operações de câmbio com as carteiras listadas no comunicado emitido pelo Ministério da Defesa de Israel.”

Segundo o MPF, o caso “demonstra como a empresa proporciona condições apropriadas para a movimentação dos recursos das mais variadas origens ilícitas.”

A denúncia do MPF não revela a quem pertencem as carteiras vinculadas ao financiamento do terrorismo nem as organizações que teriam sido beneficiadas pelos recursos.

Assassinato no aeroporto de Guarulhos

No ano passado, Elia Junior e sua empresa haviam sido citados na delação premiada do empresário Vinicius Gritzbach, que foi morto a tiros no aeroporto de Guarulhos, em novembro.
“Eles constituíram uma engenharia financeira complexa para velar os beneficiários”, afirmou Gritzbach.

O empresário teria sido assassinado por ter dado um calote de R$ 100 milhões em integrantes do PCC por meio de um esquema de investimento em criptomoedas, conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil na ocasião.

Elia Junior havia sido preso anteriormente, logo após a morte de Gritzbach, mas ganhou a liberdade com um habeas corpus concedido pela Justiça Federal.