A expectativa é que o uso da IA reduza os prazos de análises do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) de seis anos para um ano

inteligencia artificial
Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock

Compartilhe esta matéria

O governo brasileiro tem apostado no uso da inteligência artificial. O exemplo mais recente disso é uma IA desenvolvida pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e que começará a ser utilizada pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) neste ano.

Batizada de Iara, a tecnologia vai dar maior celeridade ao julgamento de casos pelo órgão. A ferramenta vai atuar analisando o cumprimento de requisitos, elaborando resumos e até indicando a jurisprudência e legislação possível de ser aplicada em cada caso.

Redução considerável dos prazos de análises

A IA será treinada com bases e parâmetros do próprio Carf. Para isso, serão usados de cerca de 500 mil julgamentos, súmulas do conselho e entendimentos do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Cérebro com os dizeres
IA vai analisar base de dados do próprio Carf (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

Um dos principais objetivos do uso da tecnologia é reduzir o tempo de tramitação dos processos. A expectativa é de que os prazos possam ser reduzidos de seis anos para um ano, especialmente em casos de matérias repetitivas e com entendimento já consolidado no tribunal administrativo.


O sistema ainda precisa ser homologado e suas diretrizes devem ser publicadas em breve em uma portaria do governo. Este documento também deve se debruçar sobre as regras de como os conselheiros podem utilizar a inteligência artificial.

Leia mais

Cibersegurança e Inteligência Artificial (IA)
Ferramenta não vai substituir servidores humanos (Imagem: MUNGKHOOD STUDIO/Shutterstock)

IA não vai sugerir votos ou julgar processos

  • De acordo com o presidente do Carf, Carlos Higino Ribeiro de Alencar, a utilização da IA não tem como objetivo substituir o julgador dos casos.
  • A ideia, segundo ele, “não é um robô para decidir os processos.
  • Todo o processo vai continuar sendo julgado por um conselheiro, e a responsabilidade final será deste funcionário.
  • O presidente da entidade ainda explica que a inteligência artificial não vai sugerir votos para os julgadores, funcionando apenas como uma assistente que fornecerá subsídios técnicos para a análise dos casos.
  • As informações são do Jota.


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital


Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.