Foram entrevistados 319 “trabalhadores do conhecimento” que compartilharam 936 exemplos do uso de IA em tarefas de trabalho

Imagem com mão de pessoa e mão de robô sobre teclado de notebook, como se humano e robô estivesse usando o computador juntos, com logomarca da OpenAI em cima da mão do robô para ilustrar conceito do Operator, novo agente de inteligência artificial da empresa
(Imagem: Gorodenkoff – Shutterstock / Montagem: Pedro Spadoni – Olhar Digital)

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Pode parecer irônico, mas a Microsoft divulgou um estudo que nos faz repensar alguns supostos benefícios da inteligência artificial (IA). E sim, estamos falando da mesma empresa que investiu quase US$ 14 bilhões na OpenAI, criadora do ChatGPT.


De maneira geral, a pesquisa realizada em conjunto com a Universidade Carnegie Mellon, na Pensilvânia, EUA, mostrou que o uso de IA pode atrofiar as habilidades dos seres humanos de desenvolver pensamento crítico e minar a florescência da criatividade.

“Uma ironia fundamental da automação é que, ao mecanizar tarefas de rotina e deixar o tratamento de exceções para o usuário humano, você priva o usuário das oportunidades de rotina de praticar seu julgamento e fortalecer sua musculatura cognitiva, deixando-o atrofiado e despreparado quando as exceções surgirem”, dizem os pesquisadores.

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Microsoft diz que estudo revela novas oportunidades para desenvolver a IA (Imagem: Mamun_Sheikh / Shutterstock.com)

Foram entrevistados 319 “trabalhadores do conhecimento” para investigar: quando e como eles percebem a execução do pensamento crítico ao usar GenAI; e quando e por que o GenAI afeta seu esforço para fazê-lo. Os participantes compartilharam 936 exemplos do uso do GenAI em tarefas de trabalho.

Leia Mais:

Quais foram os resultados da pesquisa?

  • Quantitativamente, ao considerar fatores específicos da tarefa e do usuário, a autoconfiança específica da tarefa de um usuário e a confiança no GenAI são preditivas de se o pensamento crítico é executado e o esforço de fazê-lo em tarefas assistidas pelo GenAI. 
  • Especificamente, maior confiança no GenAI está associada a menos pensamento crítico, enquanto maior autoconfiança está associada a mais pensamento crítico. 
  • Qualitativamente, o GenAI muda a natureza do pensamento crítico para verificação de informações, integração de respostas e administração de tarefas. 
Logo a OpenAI em uma tela de notebook; abaixo, os dizeres
Novo modelo de IA da OpenAI será lançado em 2025 (Imagem: Hamara/Shutterstock)

“Nossos insights revelam novos desafios de design e oportunidades para desenvolver ferramentas GenAI para trabalho de conhecimento”, diz o artigo.

No ano passado, o Olhar Digital reportou um estudo experimental da Universidade de Toronto que mediu o impacto do uso de inteligência artificial na criatividade humana. Os pesquisadores observaram que há uma tendência de homogeneização de ideias nos casos de gerações por IA, como visto aqui.


Bruna Barone

Colaboração para o Olhar Digital


Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero

Ana Luiza Figueiredo

Redator(a)


Ana Luiza Figueiredo no LinkedIn

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.