Economista do MIT defende que a inteligência artificial deveria ampliar as capacidades humanas, não automatizar o trabalho

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Imagem: Stokkete / Shutterstock

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A inteligência artificial vai nos ajudar ou vai tirar nossos empregos? Para o economista do MIT, Sendhil Mullainathan, a resposta depende das escolhas que fazemos — e ele acredita que estamos escolhendo o caminho errado, conforme afirmou em entrevista para o Wall Street Journal.

Mullainathan, especialista em economia comportamental e premiado com uma bolsa MacArthur, defende que a IA não precisa automatizar o trabalho humano, mas sim ampliar nossas capacidades, como uma “bicicleta para a mente” — ideia inspirada em uma analogia famosa de Steve Jobs.

Segundo ele, o problema é que os modelos atuais de IA estão sendo avaliados por sua capacidade de substituir humanos em tarefas específicas, e não por como podem ajudá-los a fazer melhor o que já fazem.

Essa abordagem incentiva o desenvolvimento de ferramentas que automatizam funções, em vez de aprimorá-las.

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Candidato esperando entrevista de emprego sentados ao lado de um robô com IA (inteligência artificial)
Para Sendhil Mullainathan, estamos indo na direção errada – Imagem: Stokkete/Shutterstock

IA como complemento, não como substituição

  • Mullainathan defende que a IA deveria ser usada para complementar o conhecimento humano, unindo a capacidade da máquina de processar grandes volumes de dados com a intuição e os contextos subjetivos que só as pessoas conhecem.
  • Por exemplo, na hora de procurar emprego, o algoritmo pode sugerir vagas com base em dados, enquanto o ser humano avalia preferências e valores pessoais
  • Dessa forma, a combinação dos dois levaria a melhores decisões.

Cobrindo nossos pontos cegos

A economia comportamental pode ajudar a criar IAs mais humanas e eficazes, identificando nossos pontos cegos e apoiando tarefas nas quais somos naturalmente mais frágeis.

Um exemplo seria uma IA que nos ajudasse a gerenciar melhor o tempo, indo além da logística de agendas e entendendo o impacto emocional e mental das nossas decisões — algo que muitas vezes ignoramos.

Para Mullainathan, o futuro da IA ainda pode ser moldado. Mas se insistirmos no caminho da automação, corremos o risco de criar uma tecnologia que substitui pessoas em vez de empoderá-las.

Mãos de humano e de robô espalmadas; entre elas, a representação de uma cabeça humana formada por circuitos e um chip de computador escrito
A escolha é nossa: a IA pode ser uma aliada ou uma ameaça aos nossos empregos (Imagem: Kitinut Jinapuck/Shutterstock)


Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital


Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.