O banco central dos Estados Unidos (Fed) e suas políticas econômicas catalisaram grande parte das recentes valorizações de ativos. Isso pode ocorrer com o Bitcoin (BTC), cujo preço tem relação direta com o aumento da base monetária, ou seja, da emissão de dólares nos EUA.
E recentemente, um indicador conhecido como US Reverse Repo registrou um declínio significativo. De acordo com especialistas, a queda neste indicador significa que o Fed deve voltar a injetar liquidez no mercado. Neste caso, analistas esperam que essa injeção de moeda possa chegar a US$ 100 bilhões.
Dito isso, especula-se que um US Reverse Repo menor trará mais investimentos para o mercado de Bitcoin, pois os investidores desejariam desviar seus fundos para ativos digitais, especialmente BTC, pois está liderando os gráficos de preços.
As Reverse Repo são operações de injeção ou remoção de liquidez utilizadas pelo Fed para manter a taxa de juros sob controle nos EUA. Elas também servem como um mecanismo de adição ou retirada de liquidez no mercado, sobretudo em momentos de crise econômica.
US$ 100 bilhões em liquidez a caminho
O Fed está de olho no Reverse Repo, que caiu abaixo de US$ 100 bilhões. Notavelmente, US$ 65 bilhões caíram em apenas dois dias. Qualquer declínio no US Reverse Repo é crítico, pois sinaliza o nível de oferta de moeda na economia. Mas uma queda nesta intensidade representa um grande aumento de liquidez.
A maior liquidez, por sua vez, traria mais confiança entre os investidores para alocar seus fundos em ativos mais arriscados, como criptomoedas, incluindo Bitcoin. Quando há mais dinheiro na economia, os juros tendem a cair, o que torna mais barato contrair financiamentos e mais vantajoso investir em ativos de risco.
Os sentimentos de investimento estão ganhando mais força, já que os dados de inflação dos EUA estão em 2,9% em dezembro de 2024. Embora os dados tenham superado a estimativa prevista, os investidores estão otimistas de que a taxa de inflação acabará se aproximando da marca de 2%.
Espera-se que o Federal Reserve dos EUA corte as taxas de juros apenas duas vezes, mas desenvolvimentos como a queda do Reverse Repo devem manter os sentimentos dos investidores otimistas. Se isso acontecer, o Fed pode impulsionar fortes altas no BTC mesmo deixando os juros ainda elevados.
Juros em alta nos EUA
Os rendimentos da dívida de longo prazo dos EUA estão agora em torno de 5%, uma das maiores taxas de juros desde o início dos anos 2000. E é justamente esta disparada nas taxas que levou os investidores a repensar suas políticas de alocação.
Quando os juros estão altos, os títulos de dívida de longo prazo dos EUA ficam mais lucrativos. Afinal, ganhar 5% em dólar “livre de risco” é visto pelos investidores como mais vantajoso. Por isso, juros elevados desencorajam investimentos de maior em todo o mundo.
No entanto, o US Reverse Repo e os dados robustos de emprego dos EUA, juntamente com a possibilidade de controlar ainda mais a inflação, estão mantendo os investidores otimistas. Junto com o otimismo em relação ao novo governo de Donald Trump, os investidores seguem confiantes quanto a novas valorizações nas criptomoedas.
Bitcoin pode subir com novas emissões
Dado o apetite de risco que os investidores terão em breve, se o US Reverse Repo seguir caindo, o mercado pode ver um cenário parecido com 2021. Naquele ano, o aumento de liquidez causado pela impressão de moeda durante a pandemia levou o BTC a atingir suas máximas históricas em quase US$ 70.000.
O Fed pode prosseguir com a impressão de dinheiro, mas Arthur Hayes previu que o Tesouro dos EUA, por meio de sua Conta do Tesouro Geral (TGA), injetaria liquidez no mercado gastando fundos em vez de emitir dívida. Essa forma de financiamento tende a driblar os gastos e impedir que a dívida americana saia do controle.
O preço do BTC ultrapassou o nível de US$ 102.000 novamente, trocando de mãos a US$ 102.634. Isso levou a criptomoeda a atingir ganhos de 6% na semana, mudando um cenário que antes era negativo.
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