Um investidor não profissional de criptomoedas do Brasil perdeu 500 dólares em USDC ao enviar suas stablecoins para o Nubank.

Em conversa com o Livecoins, o cliente afetado contou um pouco de sua história. Paraibano e com 28 anos, desde novo sempre gostou de trabalhar e ajudar em casa, assumindo responsabilidade junto à família.

Com trabalhos com vendas de frutas, manutenção de computador e celulares, atualmente o investidor está concursado como Gari, com ganho mensal de um salário mínimo.

Ou seja, para quem ganha o equivalente a R$ 1.518,00 por mês, US$ 500,00 em USDC podem fazer muita falta, visto que na conversão para Real brasileiro dá o equivalente a R$ 2.945,00, quase dois salários mínimos atuais.

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Cliente do Nubank há oito anos, investidor lamenta perda de 500 dólares

Com o mercado de criptomoedas em alta, muitos investidores novos chegaram ao mercado, realizando aportes principalmente em stablecoins. Além da principal, a USDT, a USDC também tem um valor equivalente a 1 dólar por unidade, com emissão regulamentada no mercado.

No Reclame Aqui, o investidor registrou uma queixa no perfil do Nubank, explicando que no dia 10 de janeiro de 2025 ele tentou enviar suas stablecoins para o banco digital. Quem tenta depositar no banco em USDC recebe a informação de que o depósito deve ocorrer apenas via rede Ethereum.

Contudo, o investidor acabou se confundindo e enviando os valores pela rede BSC, diferente da apontada pelo banco. Como o endereço da carteira do Nubank é multichain, ou seja, suporta várias redes como Ethereum e BSC, o investidor logo procurou o suporte em busca de reaver seu dinheiro.

Mesmo assim, o Nubank declarou que não poderia lhe ajudar neste caso, o que resultou na perda definitiva dos ativos do brasileiro.

A gente não é rico, no meu caso sou até gari, é as economias da pessoa que a gente vai juntando para ver se consegue um trocado extra, esses 500 dólares aí é três meses de serviço meu“, disse o investidor para a reportagem. Chateado, ele finalizou declarando que o suporte do banco não está dando a devida atenção aos clientes.

O caso é similar a outro já narrado pelo Livecoins em 2024, quando outro investidor também depositou Ethereum por uma rede distinta.

O que diz o Nubank?

Via Reclame Aqui, o suporte do Nubank declarou ao investidor que ele perdeu todo o seu saldo ao depositar em uma rede diferente da apontada.


Analisamos sua movimentação e a transação que você mencionou, e identificamos uma divergência entre a rede utilizada para envio da criptomoeda nesta operação.

Conforme informamos no aplicativo, na tela de movimento, o endereço que você utilizou deve ser usado exclusivamente para receber USDC por meio da rede Ethereum. Onde sugerimos sempre verificar a lista de compatibilidade disponível em tempo real na tela de acesso ao endereço de depósito antes de enviar criptomoedas para o endereço disponibilizado a você.

Na experiência de depósitos no aplicativo, explicamos que qualquer tentativa de transferência de criptomoedas em redes não suportadas resultará na perda definitiva dos ativos, o que ocorreu nesta transação.

Salientamos que ao gerar o código para recebimento de moeda, é exposta a mensagem: Esse endereço é válido para receber USDC especificamente pela rede Ethereum. Caso você use esse endereço para transferência de alguma cripto ou rede não suportada, as moedas podem ser perdidas de forma definitiva.

E como declarado, foi usada uma rede (BEP20) diferente da indicada, o que ocasionou a perda irreversível, como previamente comunicado no app.

Para evitar quaisquer perdas futuras, é importante revisar as especificações de envio e das compatibilidades de rede pertinentes a cada transação de criptomoedas informadas por meio do aplicativo.

Como as transações são realizadas por meio de informações criptografadas, não é possível realizar qualquer tipo de busca ou reversão da transação por parte da instituição Nubank.

Procurado pelo Livecoins, o banco disse apenas que não comenta casos específicos, devido ao sigilo bancário dos seus clientes.


“O Nubank informa que, para preservar o sigilo bancário, não comenta casos específicos, mas entramos em contato direto com o reclamante para prestar os esclarecimentos necessários.”