A Méliuz, empresa brasileira de cashback, anunciou nesta quinta-feira (06) a compra de 10% do seu caixa em Bitcoin, totalizando um investimento de US$ 4,1 milhões. Com essa decisão, a companhia segue os passos da Strategy, gigante estadunidense que acumulou bilhões em Bitcoin e viu seu valor de mercado disparar.
De acordo com informações, a empresa adquiriu 45,72 Bitcoins, pagando um preço médio de US$ 90.296 por unidade. Essa iniciativa torna a Méliuz a primeira empresa brasileira listada na bolsa a realizar um investimento significativo em Bitcoin.
Para gerenciar essa nova estratégia, a companhia criou um comitê estratégico de Bitcoin, responsável por analisar a viabilidade de ampliar a alocação da criptomoeda e definir diretrizes para o futuro. A empresa divulgará um relatório inicial sobre essa estratégia nos próximos 45 a 60 dias.
De acordo com o presidente do conselho da Méliuz, Israel Salmen, essa decisão reflete uma visão de longo prazo.
“O Bitcoin representa uma alternativa mais inteligente para a aplicação do nosso caixa”, afirmou.
Ele destacou ainda que a empresa não pretende vender os Bitcoins adquiridos, mas sim construir valor ao longo do tempo.


Méliuz vê Bitcoin como reserva de valor
A Méliuz já possuía experiência no setor de criptomoedas antes dessa compra. A empresa utilizava, por exemplo, a tecnologia da Liqi para realizar operações no segmento. Agora, a aposta no Bitcoin se consolida como parte de sua estratégia financeira de longo prazo.
A decisão da Méliuz foi inspirada na trajetória da Strategy, empresa dos EUA que começou a comprar Bitcoin em 2020. Sob a liderança de Michael Saylor, a companhia viu seu valor de mercado saltar de US$ 500 milhões para US$ 77 bilhões. Atualmente, a Strategy possui cerca de 499 mil Bitcoins, avaliados em US$ 45 bilhões.
Outro exemplo é a Tesla, que detém 11,5 mil Bitcoins, totalizando mais de US$ 1 bilhão em ativos digitais. A adoção institucional do Bitcoin tem crescido, e empresas brasileiras começam a seguir essa tendência.
A movimentação da Méliuz acontece em um momento em que as ações da empresa perderam liquidez na bolsa. Em 2021, a companhia chegou a valer R$ 6 bilhões, com uma liquidez diária de R$ 250 milhões. Hoje, seu valor de mercado caiu para R$ 270 milhões, e a liquidez média diária não passa de R$ 4 milhões.
Salmen reconheceu essa situação, mas acredita que a aposta no Bitcoin poderá revitalizar o interesse dos investidores. Empresas brasileiras vêm demonstrando interesse crescente no setor cripto, seja adquirindo Bitcoin como estratégia de tesouraria ou oferecendo serviços no mercado digital.
O Mercado Livre, por exemplo, comprou US$ 7,8 milhões em Bitcoin em 2021, enquanto o Banco do Brasil investiu US$ 1,59 milhão no ETF de Bitcoin da BlackRock em dezembro de 2024.
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