A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin (BTC), está cotada na manhã desta terça-feira, 11/03/2025, em R$ 481.250,14. Os touros estão brigando para manter o preço do BTC acima do suporte imediato de US$ 82 mil, mas não parecem ter forças para sustentar uma alta e um retorno para US$ 90 mil.
O atual cenário dos mineradores de Bitcoin lembra o período pós-halving, logo após o último ajuste de dificuldade. De acordo com Mike Ermolaev, analista e fundador da Outset PR, esse momento pode representar um ponto de capitulação macroeconômica para os mineradores.
“Tais momentos podem ser vistos como potenciais pontos de capitulação macro para os mineradores, quando são forçados a vender seus Bitcoins acumulados para cobrir despesas operacionais”, explica Ermolaev.
Essa necessidade de venda pode gerar uma pressão negativa sobre o preço do Bitcoin. A maior liquidação de reservas por parte dos mineradores geralmente leva a um aumento da oferta no mercado, o que pode pressionar a cotação para baixo. A BlackRock inclusive acabou de vender 1820 Bitcoins, antecipando momentos de incerteza no mercado.
Além da dinâmica dos mineradores, o mercado está atento ao próximo relatório do índice de preços ao consumidor (CPI), que será divulgado amanhã. Será a segunda atualização do indicador em 2025, e as expectativas apontam para uma leve queda na inflação.
“Os mercados de previsão veem a inflação geral caindo de 3,0% em janeiro para 2,9% em fevereiro. Já a inflação do núcleo do CPI deve recuar de 3,3% para 3,2%”, destaca Ermolaev.
Caso esses números se confirmem, será a primeira vez desde julho de 2024 que ambos os indicadores de inflação registram uma queda simultânea. O mercado financeiro tem grandes expectativas sobre essa divulgação, já que um recuo maior na inflação poderia reforçar apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve, beneficiando ativos de risco, como o Bitcoin.
O analista Manish Chhetri, destaca que se o BTC continuar corrigindo e fechar abaixo de US$ 78.258 (mínima de 28 de fevereiro), ele poderá estender o declínio para testar novamente seu próximo nível de suporte em US$ 73.072.
“O Índice de Força Relativa (RSI) no gráfico diário lê 39, apontando para cima após saltar de 30 na segunda-feira, indicando um momentum de baixa em declínio e uma mudança potencial de condições de sobrevenda. No entanto, o RSI deve se mover acima de seu nível neutro de 50 para que o rali de recuperação seja sustentado”, afirmou.
Fakhul Miah, Diretor da GoMining Institutional, destacou que a recente queda do Bitcoin abaixo de US$ 80.000 pela segunda vez neste ano reflete a crescente volatilidade do mercado, reforçando seu status como um ativo de alto risco.
Mais de US$ 130 bilhões em valor de mercado foram apagados, indicando uma fase de capitulação negativa, em que traders estão se desfazendo de posições sob forte pressão devido ao sentimento deteriorado. Essa volatilidade não decorre apenas de fraquezas internas do mercado cripto, mas também de ventos contrários macroeconômicos mais amplos, incluindo a inflação persistente e o aperto monetário.
“Um período semelhante de restrição de liquidez, ligado a um dólar mais forte, foi observado em 2017, durante a presidência de Trump. No entanto, o cenário atual apresenta complexidades adicionais. Índices elevados do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) mantiveram a postura agressiva do Federal Reserve, mantendo os custos de empréstimo elevados e reduzindo a liquidez no mercado. Essa dinâmica continua a impactar ativos especulativos como o Bitcoin, que são altamente sensíveis a mudanças na política monetária, disse.
Ainda segundo ele, a crescente correlação entre o mercado cripto e os mercados financeiros tradicionais também merece destaque. O S&P 500, Dow Jones e Nasdaq Composite estão todos em território de correção, ressaltando que a queda do Bitcoin faz parte de uma tendência mais ampla de aversão ao risco.
Tensões comerciais persistentes na América do Norte e a incerteza econômica global têm reduzido ainda mais a confiança dos investidores, aumentando a probabilidade de liquidações prolongadas em diversas classes de ativos. As preocupações com estagflação estão crescendo, mas a trajetória do mercado ainda permanece incerta antes da divulgação de dados econômicos importantes nesta semana.
“O sentimento de aversão ao risco reduziu o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos em aproximadamente 60 pontos-base, enfraquecendo o dólar americano—um sinal historicamente positivo para ativos denominados em USD, como ações dos EUA e criptomoedas. O rendimento mais baixo também reduziu o custo de refinanciamento da dívida do governo dos EUA, aliviando temporariamente a pressão sobre a política fiscal. No entanto, sem uma mudança clara nas condições macroeconômicas, qualquer alívio para os ativos de risco pode ser passageiro”, finalizou.
Portanto, o preço do Bitcoin em 12 de março de 2025 é de R$ 481.250,14. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0020 BTC e R$ 1 compram 0,0000020 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 12 de março de 2025, são: Pi Network (PI), Celestia (TIA) e Kaspa (KAS), com altas de 16%, 12% e 11% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 12 de março de 2025, são: Hyperliquid (HYPE), Ethena (ENA) e Aptos (APT), com quedas de -10%, -7% e -8% respectivamente.
O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.
O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.
Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.
O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.
Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente – cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.
Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado “corrente de blocos” (block – bloco, chain – corrente).
Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.
A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.
Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão
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