Empresas de tecnologia defendem o uso de material com direitos autorais em prol da liderança dos EUA em inteligência artificial

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Crédito: Koshiro K /Shutterstock)

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A OpenAI e o Google estão pressionando o governo dos EUA para permitir que seus modelos de IA sejam treinados utilizando material protegido por direitos autorais. A informação é do portal The Verge.


Ambas as empresas argumentam que a aplicação de proteções de uso justo à IA é crucial para garantir a segurança nacional e para manter a liderança dos EUA no campo da inteligência artificial, especialmente em relação à China.

As propostas foram feitas em resposta a um pedido da Casa Branca para que diversos setores contribuam com o “Plano de Ação de IA” do governo, uma iniciativa que visa fortalecer a posição dos Estados Unidos como potência em IA, ao mesmo tempo em que evita a imposição de “requisitos onerosos” que possam afetar a inovação.

OpenAI teme ser superada pelas IAs chinesas

  • A OpenAI defende que, se as empresas americanas não puderem acessar material protegido por direitos autorais para treinar seus modelos de IA, os EUA poderão perder sua liderança na área para a China.
  • A empresa argumenta que os desenvolvedores de IA na China terão acesso irrestrito a dados, incluindo dados protegidos, o que fortalecerá seus modelos.
  • Caso as empresas americanas não tenham acesso ao uso justo desses dados, a corrida pela IA estaria, segundo a OpenAI, efetivamente encerrada.
Logo da OpenAI em um smartphone
OpenAI e outras empresas de IA enfrentam desafios legais relacionados ao uso de dados protegidos (Imagem: TY Lim/Shutterstock)

Google ressalta importância dos dados públicos para treinar IA

  • O Google compartilha uma visão semelhante, afirmando que as políticas de direitos autorais, privacidade e patentes podem limitar o acesso a dados essenciais para o treinamento de modelos de IA.
  • A empresa ressalta que as exceções de uso justo e de mineração de texto e dados têm sido “críticas” para o treinamento de IA utilizando dados públicos disponíveis, pois permitem o uso de material protegido sem prejudicar os detentores dos direitos autorais.
  • Além disso, evitam negociações longas e desequilibradas com detentores de dados durante o desenvolvimento dos modelos.
  • Além disso, evitam negociações longas e desequilibradas com detentores de dados durante o desenvolvimento dos modelos.

Anthropic pede ao governo mais infraestrutura

  • A Anthropic, outra empresa importante no setor de IA, também enviou uma proposta ao governo, mas focou em aspectos diferentes.
  • A empresa pediu que o governo desenvolvesse um sistema para avaliar os riscos de segurança nacional dos modelos de IA e sugeriu o fortalecimento dos controles de exportação de chips de IA.
  • Além disso, como o Google e a OpenAI, a Anthropic também sugeriu que os EUA investissem em uma infraestrutura energética mais robusta para suportar o crescimento da inteligência artificial.

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Entretanto, várias empresas de IA, incluindo a OpenAI, enfrentam processos judiciais por usar conteúdo protegido por direitos autorais no treinamento de seus modelos.

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Empresas de IA dos EUA temem serem superadas se seu acesso a dados para treinar modelos for limitado – Imagem: Ascannio/Shutterstock

A OpenAI está sendo processada por veículos de notícias, como o New York Times, e até celebridades, como Sarah Silverman e George R.R. Martin.

Outras empresas, como Apple, Anthropic e Nvidia, também foram acusadas de utilizar legendas de vídeos do YouTube, o que a plataforma alegou violar seus termos de serviço.



Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.