A Tether, emissora da stablecoin USDT, congelou o equivalente a 2,5 bilhões de rublos (R$ 161 milhões) de uma corretora de criptomoedas da Rússia nesta quinta-feira (6). A Garantex estava na lista de sanções dos EUA desde 2022.

No comunicado oficial, a corretora afirma que a Tether “entrou em guerra com o mercado de criptomoedas da Rússia” e que “todo o USDT mantido em carteiras russas está sob ameaça”.

Embora a Tether não tenha se pronunciado publicamente sobre o assunto, a empresa afirma que suas concorrentes estão fazendo pressão política para acabar com seu reinado. Portanto, o congelamento dos fundos, mais de dois anos após as sanções, pode ter ligação com isso.

Corretora russa de criptomoedas tem fundos congelados pela Tether

Ao contrário de moedas descentralizadas como Bitcoin e Ethereum, a Tether consegue congelar fundos de carteiras através do contrato inteligente de sua moeda. Segundo a corretora de criptomoedas russa Garantex, a Tether congelou o equivalente a R$ 161 milhões em USDT de suas carteiras nesta quinta-feira (6).

Como consequência, a corretora suspendeu todos seus serviços, incluindo saques de outras criptomoedas.

“Prezados usuários! Temos más notícias. A Tether entrou em guerra contra o mercado de criptomoedas russo e bloqueou nossas carteiras no valor de mais de 2,5 bilhões de rublos.”

“Estamos suspendendo temporariamente todos os serviços, incluindo saques de criptomoedas, enquanto nossa equipe trabalha para resolver esse problema. Estamos lutando e não vamos desistir!”, continua o comunicado da Garantex. “Chamamos sua atenção para o fato de que todo o USDT mantido em carteiras russas está agora sob ameaça. Como sempre, somos os primeiros, mas não os últimos.”

Dados da Dune Analytics mostram que a Tether já baniu mais de 2.100 endereços. No total, cerca de R$ 8 bilhões (US$ 1,37 bilhão) em USDT já foram congelados.

Embora isso possa conter fundos ligados a hacks e outros crimes, o caso acima mostra a influência dos EUA sobre a operação da empresa, cuja sede está nas Ilhas Virgens Britânicas, mas em mudança para El Salvador.

O mesmo comportamento acontece com outras emissoras, como Circle (USDC) e TrustToken (TUSD).

No ano passado, o Banco Central da Rússia determinou que empresas estavam livres para usarem stablecoins no comércio internacional para driblar às sanções americanas, mas proibiu seu uso no comércio local.