IA gasta muita energia… mas quanta?

Postes de energia elétrica
(Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Cada comando enviado e executado por chatbots de inteligência artificial gasta muita energia. Imagine uma conta de eletricidade gigantesca só para uma conversa com o ChatGPT. Mas você já parou para pensar exatamente qual é esse consumo?

Se sua resposta foi “sim”, você não é o único. O engenheiro da empresa de IA Hugging Face Julien Delavande criou uma ferramenta para estimar em tempo real o consumo de energia das mensagens enviadas e respondida pelos chatbots.

data center
IA gasta eletricidade, mas valor exato ainda é difícil de estimar (Imagem: Nomad_Soul/Shutterstock)

A resposta exata é bem difícil de obter. A ferramenta criada por Delavande traz uma estimativa.

Antes disso, vamos contextualizar:

  • A inteligência artificial gasta muita energia porque depende de GPUs (circuitos eletrônicos para processar gráficos, imagens e vídeos) e chips especializados;
  • Já esses eletrônicos dependem de eletricidade para executar a demanda de trabalho, o que causa todo o consumo da IA;
  • É por isso que você já deve ter ouvido falar que os data centers, onde essas estruturas ficam armazenadas, gastam muita eletricidade.

Voltando: a ferramenta de Delavande foi projetada para funcionar com o Chat UI, uma interface com usuário de código aberto que funciona para os modelos Llama 3.3 70B, da Meta, e o Gemma 3, do Google.


O programa estima em tempo real o consumo de energia das mensagens enviadas e recebidas pelos chatbots, em watts-hora ou joules. Ele também compara o consumo com o de eletrodomésticos do dia a dia, como lâmpadas LED e micro-ondas.

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Demonstração da ferramenta (Imagem: Delavande Julien/X/Reprodução)

Veja uma demonstração:

Segundo o TechCrunch, pedir para o Llama 3.3 70B escrever um e-mail gasta cerca de 0,1841 Watt-hora, o equivalente a ligar um micro-ondas por 0,12 segundos.

Consumo é apenas estimado

Como falamos, medir o consumo exato da inteligência artificial é complicado. O criador deixa claro que a ferramenta traz apenas estimativas – e elas podem não ser 100% precisas.

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O objetivo é fazer um lembrete importante: a IA tem um custo (e bem alto). Segundo Delavande e os cocriadores da ferramenta, projetos como esse buscam trazer transparência para a tecnologia.

Um dia, o uso de energia poderá ser tão visível quanto os rótulos nutricionais dos alimentos!


Vitoria Lopes Gomez


Vitoria Lopes Gomez é redatora no Olhar Digital